segunda-feira, 4 de junho de 2018

Renascimento do chassi

Como as pirâmides, a obra deve começar pela base, então, bora deixar o chassi e assoalho em dia.

O cabeçote da suspensão (ou a conhecida cabeça de porco) foi comprada nova em autopeça. Esta peças paralelas não possuem a mesma qualidade do que as originais, com chapa mais fina e soldas insuficientes, então, o profissional precisa "dar um trato", reforçando a peça antes de finalizá-la.



Imagem da internet, não tirei foto da minha, mas é idêntica.

O meu Fusca foi feito para rodar. Não curto a ideia de pegar o carro de 15 em 15 dias só pra aquecer o motor. É meu carro do dia-a-dia e, como era de se esperar, um carro de quase 40 anos não oferece as condições de conforto mínimas encontradas em qualquer popular de hoje.

Outra coisa que abomino é alteração muito drástica, em coisas que não poderão ser desfeitas e voltar ao original quando quiser. Então pensei em algumas coisas que eu poderia "modernizar" sem "manolar" a coisa toda:


- Freio mais leve

- Direção mais leve, mas o mais importante, SEM FOLGAS!
- Ar condicionado

Claro que existem muitas outras coisas que eu gostaria de melhorar, mas as outras coisas podem ser feitas depois de o carro pronto.


DIREÇÃO


Pesquisando na Internet, procurei por soluções para deixar o volante mais leve e sem a famosa folga. Direção hidráulica, direção elétrica, caixas de direção de Fusca modificadas... nada disso me deixou satisfeito, por um motivo ou outro.


Até que li sobre a caixa de direção de pinhão e cremalheira adaptada no quadro da suspensão. Curti a ideia. Indo mais a fundo na pesquisa, identifiquei diversas formas de aplicação, cada pessoa que adaptou fez de um jeito diferente. Qual o jeito melhor? Ninguém sabe. Então, se é pra fazer m&$%@, faço eu mesmo.


Com uma caixa de direção mecânica de Monza e um cabeçote de suspensão novinho nas mãos, foi só juntar o quadro de suspensão, plugar tudo em testes de bancada e pronto! Tudo certo! Fácil? Claro que não foi fácil assim.


Com a força de trabalho do meu engenheiro mecânico preferido, meu pai, o projeto saiu do papel.


Barras maciças de aço receberam roscas corretas, parafusos de inox, porcas auto travantes, 4 abraçadeiras de caixa de direção de Fusca (para manter uma coerência no incoerente), muitos testes e acabamentos e UFA...




O Fusca original possui, obviamente, 2 braços de direção, porém, um é bem curto e o outro é comprido, pois a caixa de direção não é centralizada:


Com a "nova" caixa, os braços partem do centro do carro. O problema é que os braços mais curtos são muito curtos e os compridos são muito compridos para o meu objetivo. Então, a melhor alternativa é diminuir o braço comprido.

Um dos braços compridos eu já possuía do meu próprio Fusca, então, adquiri outro braço comprido para utilizar do outro lado.

Estes braços, por conta da lógica regulagem da geometria, possuem roscas inversas uma da outra. Como eu não conseguiria o macho para fazer a rosca inversa, tratamos de reduzir na ponta com a rosca comum. Além de fazer a nova rosca, fizemos o corte longitudinal, que faz a ponta do braço "engasgar" no pivô, através de uma abraçadeira quando tudo está na posição.




Tudo seguro, sem cortar lataria e ficará escondido abaixo do tanque. Ninguém notará a alteração (claro, só quem dirigir).

E a "Geometria de Ackermann"? Permanece como original, afinal, os braços das mangas de eixo não foram alteradas. ;)


quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

E a reforma continua...

Depois de remover a carroceria de cima do chassis, é hora de limpar tudo, removendo todas as chapas enferrujadas.
Estava tudo tão deteriorado que a remoção do assoalho foi MUITO fácil, não deveria ser assim, mas, enfim.
Ao remover o chapéu de napoleão, surpresa: eu poderia estar morto agora. Veja o que o chapéu escondia:


Que maravilha! O cabeçote da suspensão poderia simplesmente ter se desprendido quando o carro estivesse em movimento.
Constatamos que o cabeçote já não estava muito bom, então, ao invés de soldarmos novamente, optamos por aplicar um novinho. Ok, paralelo, pode não ter a mesma qualidade, mas é reto e bem tratado vai durar bons anos.

Seguindo o trabalho de "limpeza", talvez a parte mais prazerosa de toda esta reforma. Remover toda aquela sujeira e ferrugem é muito bom.